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Bibliotecas Públicas Municipais – MinC divulga primeiro censo nacional de bibliotecas públicas municipais. Pesquisa encomendada à FGV revela o perfil das instituições em todo o país. Mapeamento permitirá o aperfeiçoamento das políticas para o setor


 

O 1º Censo Nacional das Bibliotecas Públicas Municipais mostra que, em 2009, 79% dos municípios brasileiros possuíam ao menos uma biblioteca aberta, o que corresponde a 4.763 bibliotecas em 4.413 municípios. Em 13% dos casos, as BPMs ainda estão em fase de implantação ou reabertura e em 8% estão fechadas, extintas ou nunca existiram. Considerando aquelas que estão em funcionamento, são 2,67 bibliotecas por 100 mil habitantes no país.

O levantamento aponta que as BPMs emprestam 296 livros por mês e têm acervo entre dois mil e cinco mil volumes (35%). Quase a metade possui computador com acesso à Internet (45%), mas somente 29% oferecem este serviço para o público. Os usuários frequentam o local quase duas vezes por semana e utilizam o equipamento preferencialmente para pesquisas escolares (65%). Quase todas as bibliotecas funcionam de dia, de segunda à sexta (99%), algumas aos sábados (12%), poucas aos domingos (1%). No período noturno, somente 24% estão abertas aos usuários. A maioria dos dirigentes das BPMs são mulheres (84%) e tem nível superior (57%).

Foram pesquisados todos os 5.565 municípios brasileiros. Em 4.905 municípios foram realizadas visitas in loco para a investigação sobre a existência e condições de funcionamento de BPMs, no período de setembro a novembro de 2009. Os 660 municípios restantes – identificados sem bibliotecas entre 2007 e 2008 pelo Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas e atendidos pelo Programa Mais Cultura com a instalação de BPMs – foram pesquisados por contato telefônico, até janeiro deste ano.

O Censo Nacional tem por objetivo subsidiar o aperfeiçoamento de políticas públicas em todas as esferas de governo – federal, estadual e municipal – voltadas à melhoria e valorização das bibliotecas públicas brasileiras. Segundo o levantamento, em 420 municípios as BPMs foram extintas, fechadas ou nunca existiram. O MinC – por meio da Fundação Biblioteca Nacional, com recursos do Programa Mais Cultura – em parceira com as prefeituras municipais, promoverá a implantação ou reinstalação dessas bibliotecas, com a distribuição de kits com acervo de dois mil livros, mobiliário e equipamentos, no valor de R$ 50 mil/cada, totalizando R$ 21 milhões. As BPMs receberão, ainda, Telecentros Comunitários do Ministério das Comunicações.

Deputado José Stédile recebe sugestões de projetos para qualificar bibliotecas


 

As professoras da Faculdade de Biblioteconomia da UFRGS (Fabico) Eliane Moro e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Lizandra Brasil Estabel apresentaram ao Deputado Federal José Stédile (PSB/RS) uma série de projetos.

Após o pré-lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Biblioteca Pública na Fabico, na última sexta-feira, dia 15 de junho, as professoras da Faculdade de Biblioteconomia da UFRGS (Fabico) Eliane Moro e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Lizandra Brasil Estabel apresentaram ao Deputado Federal José Stédile (PSB/RS) uma série de projetos.

No encontro, nesta sexta, dia 22, no escritório político em Porto Alegre, elas afirmaram que tem todo o interesse em colaborar com o trabalho da Frente para qualificar as bibliotecas públicas e escolares do estado.

As professoras apresentaram projetos já desenvolvidos pela UFRGS como o Curso de Especialização em Bibliotecas Públicas e Acessibilidade e o Mediadores de Leitura na Bibliodiversidade que já formou 600 professores de bibliotecas escolares em 18 municípios gaúchos. “Não existe educação continuada para os bibliotecários”, salientou Lizandra Estabel.

Já a professora Eliane Moro destacou que o RS é o único estado que tem na sua Constituição o Sistema de Bibliotecas Públicas e o de Bibliotecas Escolares. “A Lei 8744, de 9 de novembro de 1988, prevê orçamento para os sistemas, cria o Plano de Expansão da Rede de Bibliotecas de Escolas Públicas e estabelece o horário semanal de leitura nas escolas do Sistema Estadual de ensino. Pena que poucos conhecem e cumprem esta lei”, salientou.

Stédile demonstrou bastante interessado em conhecer os projetos e também em apresentá-los aos Ministérios da Cultura e da Educação. O próximo passo será agendar uma audiência com a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, para debater a possibilidade de investir mais fortemente na qualificação das bibliotecas.

Por Katia Marko – Assessoria de Imprensa/Porto Alegre

Frente Parlamentar em Defesa da Biblioteca Pública foi lançada no RS


 

Deputado José Stédile pretende qualificar as bibliotecas públicas e escolares

Deputado José Stédile pretende qualificar as bibliotecas públicas e escolares

O Deputado Federal José Stédile (PSB/RS) lançou, na tarde dessa segunda-feira (18), a Frente Parlamentar em Defesa da Biblioteca Pública no Rio Grande do Sul. O Plenarinho da Assembleia Legislativa ficou lotado. O ato contou com secretários de Educação e da Cultura, vice-prefeitos, vereadores, lideranças partidárias, professores e bibliotecários de 19 cidades do estado.

Estavam representados os municípios de Porto Alegre, Cachoeirinha, São Leopoldo, Gravataí, Canoas, Alvorada, Viamão, Osório, Dois Irmãos, Cachoeira do Sul, Venâncio Aires, Rio Grande, Bento Gonçalves, Passo Fundo, Bom Retiro do Sul, Veranópolis, Gramado, Caxias do Sul e Santo Ângelo.

O Deputado José Stédile abriu o evento explicando que a frente parlamentar foi lançada no ano passado em Brasília e que agora o lançamento estendia-se também para os estados da Federação. Observou que são alarmantes os dados relativos à leitura no Brasil. Segundo ele, diminuiu em 7 milhões o número de pessoas que leram pelo menos um livro no ano e cresce o número de analfabetos funcionais. “Setenta e cinco por cento da população brasileira lê, mas não entende o que lê”, afirmou.

Conforme Stédile, entre as metas da frente parlamentar está o empenho para que todos os municípios brasileiros tenham bibliotecas públicas, todas as bibliotecas públicas disponham de bibliotecários e haja em cada uma das capitais brasileiras uma biblioteca 24 horas. O deputado federal disse que, no ano que vem, pretende retornar ao Estado para verificar o quanto se avançou nessas metas.

Ruy Carlos Ostermann convoca à inquietação

O palestrante do evento, professor, jornalista e ex-secretário da Educação do estado Ruy Carlos Ostermann chamou a atenção para o fato de que 60% dos domicílios brasileiros não possuem um espaço reservado aos livros, isto é, uma biblioteca ou mesmo uma estante. “Nas nossas casas, temos a figura do pai, da mãe, dos filhos, mas não temos a presença inquietante e mobilizadora do livro”, disse o escritor. Ostermann elogiou a iniciativa dos parlamentares observando que as pessoas precisam ser “incentivadas, chamadas” para uma atividade que não é corriqueira. “A criança que encontra uma biblioteca em casa tem um estímulo que outros não têm”, disse. Ainda conforme o escritor, as novas tecnologias, muitas vezes, acabam por estimular experiências sem importância. “Temos que cuidar para não sermos a sociedade do desperdício, temos que criar nas pessoas a insatisfação”, defendeu. Finalizou citando o filósofo Friedrich Wilhelm Nietzsche e convocar a todos à inquietação. “O que eu não sei é o que eu mais quero. Precisamos abrir mão das coisas banais. Temos que ficar perdidos em busca de soluções”, concluiu.

Para o secretário da Cultura do estado, Luiz Antônio de Assis Brasil, a mobilização em curso já é em si um fato relevante. O secretário apresentou as principais ações da pasta dentro dos limites do que o Orçamento do Estado lhe permite. Disse ter sido possível o lançamento de um edital no valor de R$ 1 milhão para equipar bibliotecas de 50 municípios. Metade desse montante, segundo ele, teria sido destinado à aquisição de livros e a outra metade à aquisição de equipamentos de informática. Disse terem sido atendidas 40 bibliotecas. As dez restantes não teriam se enquadrado nas condições do edital. Segundo Assis Brasil, a intenção do governo é equipar, até 2014, 225 bibliotecas públicas, abrangendo metade dos municípios do Estado.

O presidente da Frente Parlamentar de Incentivo à Leitura do Rio Grande do Sul, deputado estadual Miki Breier (PSB), disse que o grupo tem procurado incentivar os municípios a promoverem feiras do livro locais. Miki destacou a importância da leitura. Citou a experiência de Passo Fundo, que possui os maiores índices de leitura do país, como exemplo para os demais municípios.

A diretora da Biblioteca Pública do Estado, Morgana Marcon, descreveu a situação atual da instituição, que completa 100 anos em 2012. Disse que, conforme a pesquisa Retratos de Leitura no Brasil, 75% das pessoas não entram nas bibliotecas públicas, e isso ocorre, segundo ela, porque não são espaços atraentes, com acervo atualizado e atendimento especializado. Informou que está para ser assinado um convênio de R$ 2 milhões, mediante contrapartida do Estado, para modernização do prédio. Disse que, na Biblioteca Pública do Estado, há apenas três bibliotecários, incluindo ela própria.

Também participaram da mesa, a presidente da Frente Parlamentar do Incentivo à Leitura de Porto Alegre, vereadora Fernanda Melchiona (PSol), o presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro, Osvaldo Santucci Júnior, o diretor da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da UFRGS, Ricardo Schneiders, além dos representantes da Secretaria de Educação do estado, Maria do Carmo Mizeth, do Conselho de Cultura e Turismo da Famurs, Júlio César Pannebecker, do Conselho Federal de Biblioteconomia, Lizandra Brasil Estabel, em nome da presidente Nêmora Rodrigues, do Conselho Regional de Biblioteconomia 10ª Região, Angélica Dias Miranda, e da Associação Rio-grandense de Bibliotecários, Katia Minatto Leal. Todos se colocaram a disposição para contribuir com o trabalho da Frente Parlamentar em Defesa da Biblioteca Pública.

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Por Katia Marko – Assesssoria de Imprensa/Porto Alegre (com informações da Agência da ALERGS)